28.9.08

Marte: Imagens revelam fracturas causadas por fluidos subterrâneos


"Imagens de Marte transmitidas por uma sonda da NASA revelam centenas de fracturas causadas por líquidos ou gases subterrâneos há milhares de milhões de anos, segundo o Laboratório de Propulsão por Jacto (JPL).Trata-se de algumas das primeiras observações da sonda Mars Reconnaissance Orbiter e mostram conjuntos de sulcos paralelos formados por efeito de pressões de fluidos em superfícies rochosas ou granulares. Estes fluidos poderão ter produzido condições favoráveis a possíveis habitats para formas de vida microbiana, refere um comunicado deste organismo científico da NASA. "A água subterrânea corre geralmente ao longo de fracturas como estas e o conhecimento destas formações ajuda-nos a compreender o comportamento desses depósitos", afirma Chris Okubo, geólogo da Universidade do Arizona, num relatório sobre esta descoberta divulgado pelo JPL. Formações semelhantes, com o aspecto de estrias, existem também em grandes extensões de pedra arenosa no deserto de Utah, onde atingem vários quilómetros de comprimento, separadas umas das outras por poucos metros. Segundo os geólogos, esses sulcos formaram-se no Utah devido à compressão das camadas subterrâneas e poderão ser precursoras de falhas geológicas. Numa possível explicação das imagens de Marte, Okubo adiantou que terão resultado de minerais dissolvidos na água que se depositaram, passando a constituir material rochoso ao longo das fracturas. "Este estudo apresenta um panorama não só da erosão causada pela água na superfície, mas também dos efeitos da água subterrânea em todo o planeta", disse Suzanne Smrekar, cientista do projecto da sonda no JPL. "O movimento da água tem importantes implicações na modificação com o tempo tanto da temperatura como da química à superfície, o que, por sua vez, tem que ver com a possibilidade de ter existido algum tipo de vida", acrescentou. O estudo centra-se principalmente em imagens de fracturas perto da cratera Capen, que tem 60 quilómetros de diâmetro e se encontra a cerca de sete graus a norte do equador marciano."


Notícia: Público.pt

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