18.1.07

ASPECTOS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS DA TERRA DO FOGO

Terá lugar a 24 de Janeiro, às 13 horas, na sala 2.12 da Faculdade deLetras da Universidade de Lisboa uma conferência intitulada:

"O FIM DO MUNDO. ASPECTOS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS DA TERRA DO FOGOARGENTINA."

por Ricardo A. C. Garcia (Centro de Estudos Geográficos da Universidade deLisboa)

Resumo:

A Terra do Fogo, situada entre os 52º- 55ºS e 65º-73º W, é composta porum conjunto de ilhas a Sul do Estreito de Magalhães, de onde se destacaa Ilha Grande da Terra do Fogo. O seu posicionamento em latitude e ofacto de ser atravessada por um contacto tectónico de primeira ordem,entre as placas Sul Americana e da Scotia,marcam a paisagem da toda a região. Este seminário tem como objectivo adivulgação das características gerais da Terra do Fogo Argentina e dosestudos que actualmente têm sido realizados pelo Centro Austral deInvestigações Científicas(CADIC-CONICET) e Universidade Nacional de laPatagonia. O limite de placas, conhecido como falha Magalhães-Fagnano,divide a Ilha Grande em dois sectores: a área Norte, é caracterizada pormateriais de origem marinha, onde se podem observar relevos poucoacidentados e alguns terraços testemunhando um posicionamento da linhade costa diferente do actual; e a área Sul, composta por rochasplutónicas e metamórficas, onde fenómenos de compressão formam os AndesFueginos, condicionando toda a dinâmica geomorfológica local. Asglaciações são outro dos condicionantes da morfologia regional, comvestígios de ciclos glaciares e periglaciários e glaciares de montanhaactivos nas áreas mais elevadas a Sul. Apesar dos inúmeros vestígios,não é claro o limite e idade de muitas das formas, pelo que têm sidotestadas diversasmetodologias de datação, desde a termoluminescência eidades radio-carbono até à liquenometria para tentar reconstituir aextensão dos vários ciclos glaciares. A análise de blocos erráticos esondagens em turfeiras muito têm contribuído para a evolução destesestudos. No que diz respeito à dinâmica tectónica, também esta tem sidoestudada, persistindo dúvidas acerca da importância da compressão e daisostasia na geração do relevo. No entanto, uma monitorização com GPSrevela que a placa Scotia se desloca, em termos médios 2-3 mm/ano, paraEste em relação à placa Sul Americana.

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