"António de Barros Machado iniciou a sua investigação no campo do estudo das aranhas, nomeadamente cavernícolas, em que publicou um apreciável número de novidades. Mas não limitou o seu olhar ao que lhe interessava directamente. Sempre que encontrou animais (ou até mesmo formas rochosas invulgares), colhia-os. Conservava os materiais retirados à Natureza e a seguir identificava-os, isto é, descobria os nomes de cada ser colhido. Para tanto recorreu à literatura de identificação taxonómica disponível.
Casos difíceis, levou-os aos museus onde trabalhava (Porto, Madrid, Paris, Lisboa, para os comparar com material biológico identificado e depositado). Todo o material assim não identificavel, enviou-o, sob forma de colecções seleccionadas, aos especialistas dos respectivos grupos taxonómicos, alimentando assim a investigação de colegas. Estas actividades produziram amplo fruto, apreciável na vasta literatura descritiva de novas espécies e outras entidades taxonómicas, em que o nome de A. de B. Machado se encontra mencionado como coleccionador. Muitos especialistas dedicaram-lhe também novas espécies em agradecimento pelo envio desse material.
Ao longo da sua vida de investigador, e especialmente em Angola, procedeu deste modo, tendo colhido, seleccionado, conservado nas melhores condições, e finalmente enviado para investigadores seus colegas mais de 860 colecções. Até 1995, mais de 2184 novas entidades taxonómicas resultaram do trabalho de A. de B. Machado, número impressionante perante o facto de que, até a data, apenas cerca de 2 milhões de espécies animais e vegetais, incluindo micróbios, são conhecidos da ciência."
Casos difíceis, levou-os aos museus onde trabalhava (Porto, Madrid, Paris, Lisboa, para os comparar com material biológico identificado e depositado). Todo o material assim não identificavel, enviou-o, sob forma de colecções seleccionadas, aos especialistas dos respectivos grupos taxonómicos, alimentando assim a investigação de colegas. Estas actividades produziram amplo fruto, apreciável na vasta literatura descritiva de novas espécies e outras entidades taxonómicas, em que o nome de A. de B. Machado se encontra mencionado como coleccionador. Muitos especialistas dedicaram-lhe também novas espécies em agradecimento pelo envio desse material.
Ao longo da sua vida de investigador, e especialmente em Angola, procedeu deste modo, tendo colhido, seleccionado, conservado nas melhores condições, e finalmente enviado para investigadores seus colegas mais de 860 colecções. Até 1995, mais de 2184 novas entidades taxonómicas resultaram do trabalho de A. de B. Machado, número impressionante perante o facto de que, até a data, apenas cerca de 2 milhões de espécies animais e vegetais, incluindo micróbios, são conhecidos da ciência."
(Texto de Carola Meierrose, Fundação Mário Soares)
"A importância da obra de António de Barros Machado não reside apenas na sua grande capacidade científica individual, bem expressa no incessante trabalho de descoberta da biologia da Lunda, em Angola, mas igualmente na generosa partilha com a comunidade científica mundial das suas cerca de 860 colheitas zoológicas, associando os grandes especialistas em sistemática e taxonomia ao Laboratório de Biologia do Museu do Dundo e contribuindo assim, decisivamente, para o conhecimento da biodiversidade da África Central.Grande número de autores, receptores de materiais do Dundo, continuam ainda hoje a agradecer a invulgar generosidade e os amplos conhecimentos demonstrados por Barros Machado, nomeando entidades taxonómicas novas para a Ciência “Machado-género” ou “machadoi-espécie” ou mesmo “Barrosmachadoi-taxon”. Desta maneira surgiram mais de 250 novas entidades taxonómicas honrando o nome deste grande zoólogo Português."
(Texto:Fundação Mário Soares)
Consulte o Dossier António de Barros Machado da Fundação Mário Soares, em: http://www.fmsoares.pt/arquivo_biblioteca/Dossier03/
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