Pela primeira vez no Brasil, o ucraniano Alexander Klimchouk, responsável pela exploração do maior abismo do mundo – localizado na Geórgia, antiga União Soviética –, nos conta como foi a luta para transpor os inúmeros obstáculos encontrados, atingindo a importante marca de 2.190 m de profundidade. Fala também de suas descobertas científicas.
Quando: Sexta-feira, 28 de março de 2008, às 20h00
Local: Auditório do Colégio Dante Alighieri, Alameda Jaú, 1061 - São Paulo (próximo à Estação Trianon/MASP do Metrô)
Promoção: Instituto do Carste
O ucraniano Alexander Klimchouk é reconhecido com um dos maiores espeleólogos (especialistas em cavernas) da atualidade. Certamente é o mais completo, pois consegue conciliar, de forma brilhante, o lado esportivo e científico da espeleologia. Além de ser um cientista de renome internacional, é também um esportista de altíssimo nível, tendo coordenado a descoberta e exploração da mais profunda caverna do planeta. Após ter estado em um número superior a 2000 cavernas, em mais de 30 países, Klimchouk vem agora ao Brasil em uma visita técnica, com o objetivo de conhecer e estudar algumas de nossas melhores cavernas.
Nascido em Odessa e criado em Kiev, na Ucrânia, Alexander Klimchouk pratica a espeleologia desde os onze anos de idade. Sua primeira área de trabalho foram as gigantescas cavernas em gesso do oeste ucraniano. Isto inclui a terceira maior caverna do mundo, a Optimistischeskaya, atualmente com 215 km de galerias subterrâneas.
Sua carreira de explorador o levou a descobrir, a partir dos anos 70, as cavernas profundas da antiga União Soviética. Após a exploração de várias cavernas com mais de 1.000 m de desnível, Alexander decidiu, no ano 2000, estabelecer o projeto “The Call of the Abyss” (O Chamado do Abismo), com o objetivo de descobrir a primeira caverna do mundo superior a 2.000 m de profundidade. E a missão foi cumprida com êxito! Sob sua coordenação, o abismo de Krubera, nos Montes Cáucasos da Geórgia, atingiu 2.190 m de profundidade em uma exploração épica, repleta de aventura e surpresas. E as explorações de Klimchouk continuam, com novas cavernas profundas em várias partes do planeta, incluindo um novo candidato a também superar os 2.000 m de profundidade.
PhD em estudos de caverna, Alexander Klimchouk já publicou cerca de 250 artigos internacionais e 8 livros, incluindo algumas das melhores obras conhecidas sobre sua maior especialidade, a formação e a evolução das cavernas (espeleogénese).
Nesta palestra – que é promovida pelo Instituto do Carste –, Alexander Klimchouk nos levará a uma viagem pelo incrível mundo dos labirintos em gesso da Ucrânia, passando pelos picos gelados da Geórgia e a saga da descoberta da mais profunda caverna do mundo. Uma aventura fascinante, mesclada com ciência, e contada por um dos maiores exploradores da atualidade.
Alguns dados sobre a exploração do abismo de Krubera
A marca dos 2.000 m de profundidade foi obtida numa expedição realizada em agosto e setembro de 2004, com a participação de 56 espeleólogos (45 homens e 11 mulheres), representando os sete países que historicamente exploraram o abismo Krubera. Carregando aproximadamente cinco toneladas de equipamentos, eles precisaram enfrentar grandes trechos verticais em corda, muitas vezes debaixo de cachoeiras torrenciais de água gelada, e também atravessar sifões subaquáticos (trechos alagados, transpostos somente com equipamento de mergulho). Foram forçados, por vezes, a explodir passagens mais estreitas ou grandes blocos que impediam a continuidade da exploração.
Foram montados acampamentos nas profundidades 700 m, 1.215 m, 1.410 m e 1.640 m, para que as equipes pudessem se alimentar e descansar. O trabalho de exploração era realizado em turnos de 20 horas, antes do descanso nos acampamentos. Os exploradores tinham contato com a equipe de superfície graças a um cabo telefônico, instalado por todo o abismo. Nesta expedição, foi atingida a marca de - 2.080m.
Em setembro de 2007, em outra expedição, Klimchouk atingiu a marca atual, de - 2.190 m de profundidade, recorde mundial de profundidade em cavernas.
Breve Curriculum Vitae
Nascido em 1956, em Odessa (Ucrânia), Alexander Klimchouk passou sua juventude em Kiev onde, aos 11 anos, se uniu a um grupo juvenil de espeleologia. Sua primeira área de atuação foram os gigantescos labirintos de gesso do oeste ucraniano, incluindo Optimisticeskaya (215 km de extensão), Ozernaya (124 km) e Zolushka (90 km).
A partir dos anos 70 participou de diversas expedições em cavernas profundas, culminando com a exploração de Kievskaya, a primeira caverna na antiga União Soviética a superar os 1.000 m de profundidade e a quarta caverna mais profunda do mundo na época. Nos anos 80 voltou suas atenções no maciço de Abkhazia, nos Montes Cáucasos (República da Geórgia). Esta área, anteriormente considerada pouco promissora, tornou-se rapidamente, por meio de várias expedições lideradas por Klimchouk, uma das “mecas” da exploração vertical no planeta, atualmente apresentando quatro das dez cavernas mais profundas do mundo.
Em 2.000, Klimchouk decidiu criar um projeto ambicioso: a descoberta de uma caverna que superasse os 2.000 m de profundidade. Após várias expedições de altíssimo nível, o abismo de Krubera atingiu 2.190 de desnível, atualmente reinando isolado como a mais profunda caverna conhecida até o momento.
Após esta conquista, Alexander Klimchouk permanece ativo como explorador, coordenando a exploração de Krubera assim como de várias outras cavernas profundas em diversos países. Com 40 anos de experiência e tendo trabalhado em mais de 2.000 cavernas, em 30 países, esta é a primeira visita de Klimchouk ao Brasil e à América do Sul.
Alexander Klimchouk, MSc em geografia física e PhD em hidrogeologia, é fundador e diretor do Ukrainian Institute of Speleology and Karstology. Já publicou cerca de 250 artigos científicos e oito livros, entre eles a melhor síntese até o momento conhecida sobre espeleogênese, a disciplina que estuda a origem das cavernas. Alexander Klimchouk já recebeu mais de uma dezena de prêmios honoríficos em vários países e é reconhecido como um dos mais completos espeleólogos da atualidade.
Organização do evento
Fundado em 15 de dezembro de 2007, o Instituto do Carste tem entre seus objetivos o incentivo ao desenvolvimento de pesquisas de alto nível nas cavernas brasileiras. À época de sua fundação, o Instituto do Carste instituiu o programa “Jornadas Carste”, que se destina a organização da vinda de um pesquisador de renome internacional por ano ao Brasil. Este pesquisador, especialista em uma das várias áreas ligadas à espeleologia e ao Carste (região de paisagem peculiar onde se inserem as cavernas), fará intercâmbio científico com pesquisadores brasileiros, visitará cavernas e proferirá palestras.
A vinda de Alexander Klimchouk ao Brasil foi patrocinada pela Votorantim Metais, de Vazante (MG), uma empresa que se interessa pelo desenvolvimento do conhecimento sobre cavernas e regiões cársticas.
Esta palestra conta também com o apoio da Redespeleo Brasil, e do Colégio Dante Alighieri. A palestra é gratuita e aberta a quaisquer interessados.
(*Enviado por email por: Redespeleo Brasil
www.redespeleo.org.br)
www.redespeleo.org.br)
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