15.2.08

Água no Mundo


Conferência:

Água no Mundo
A importância das águas subterrâneas na gestão dos recursos hídricos à escala planetária

por

Manuel Oliveira da Silva

Manuel Oliveira da Silva
Professor Catedrático de Hidrogeologia. GeoFCUL.
GeoFCUL: 27 de Fevereiro, 17h00, anfiteatro 6.2.56
Resumo
"As águas subterrâneas representam, paramuitos países, uma origem extremamente importante pela contribuição que tem para os diferentes usos. O peso relativo que têm depende fundamentalmente das características hidrogeológicas e do clima das diferentes regiões. No que se refere à qualidade também é aceite, no geral, que as águas subterrâneas apresentam vantagens, em relação às águas superficiais, devido à sua relativa estabilidade química e biológica.
Na recente directiva, para as águas subterrâneas (2006/118), pode ler-se no ponto (2) dos
considerandos “as águas subterrâneas representam as massas de água doce mais sensíveis e
importantes da União Europeia e, sobretudo, também uma fonte de abastecimento público de
água potável em muitas regiões” o que revela a preocupação que o tema tem suscitado às
autoridades competentes.
As águas subterrâneas representam, para o total dos consumos, cerca de 60% no Continente sendo este valor bastante mais elevado nas Regiões Autónomas, o que ilustra bem a importância que têm na gestão dos recursos hídricos.
Importa ter presente que esta contribuição das águas subterrâneas corresponde sensivelmente à recarga média anual dos sistemas aquíferos, que representa os recursos renováveis em cada ciclo hidrológico.
Se os recursos utilizados representam de facto volumes importantes também sabemos que os sistemas aquíferos encerram ainda reservas extraordinárias que se situam a maiores profundidades (até 800m) que, regra geral, não são mobilizadas nos modelos de exploração normais.
Estas reservas correspondem a águas subterrâneas infiltradas normalmente há bastante tempo (anos, décadas...), que mantêm grande estabilidade físico-química com características qualitativas que podem responder aos diferentes usos e que geralmente não são afectadas facilmente em situações de grande gravidade (calamidades) naturais ou antrópicas, que possam limitar significativamente a qualidade e/ou quantidade das águas superficiais e subterrâneas de pequena profundidade, colocando sérias dificuldades na existência de recursos hídricos para satisfazer os usos correntes.
Neste quadro, de grandes dificuldades de quantidade e/ou qualidade, será importante considerar estas reservas de água subterrânea, visto que, podem constituir uma boa resposta em situações de crise grave.
No estado actual dos conhecimentos hidrogeológicos é possível identifcar, no continente português, para algumas Unidades Hidrogeológicas, a existência potencial de reservas que deveriam ser objecto de um melhor conhecimento e avaliação, que devidamente aproveitadas poderiam corresponder a “estruturas de emergência” a mobilizar em situações de crise grave.
Estes “sistemas de emergência” ficariam dependentes da autoridade gestora de recursos hídricos nessas regiões (ARHs) ou da própria Autoridade Nacional da Água (INAG).
Estas origens constituiriam, em nossa opinião, reservas estratégicas, permanentemente disponíveis para serem integradas na gestão dos recursos hídricos, mas só mobilizáveis em situações de crise muito graves."




Mais informações, resumo das conferências e programa das comemorações em:

http://geologia.fc.ul.pt/

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