Por: Ricardo Moreira*
A Espeleologia é claramente uma actividade física e é sem grandes dificuldades que o afirmamos. Contudo existem fundamentos e características em que se baseia tal afirmação e nos ajudam a perceber da necessidade de uma preparação adequada para o desenrolar das explorações.
Assim podemos verificar que na Espeleologia existe:
- Uma solicitação específica de diferentes grupos musculares, por força das diferentes exigências da actividade espeleológica (técnicas de progressão, utilização de diversas ferramentas e materiais de apoio).
- Uma solicitação metabólica própria, fruto da resposta do nosso organismo às solicitações dos diferentes grupos musculares e das diferentes intensidades que aplicamos no desenrolar de uma visita a uma cavidade (dependendo directamente da duração da expedição, tipo de progressão e condições em que é realizada).
- Um meio muito característico onde se desenrolam as actividades e que dependendo das suas características nos condiciona toda a actividade, influenciando directamente os dois pontos anteriores.
Estes factores justificam por si só, uma atenção cuidada dos aspectos relacionados com a preparação física do espeleólogo para responder às exigências de determinada exploração.
Um espeleólogo deve ser capaz de corresponder às exigências específicas da sua actividade, possuindo um nível de desempenho técnico, físico e metabólico que lhe permitam regressar em segurança à superfície, diminuindo os riscos de acidente.
Assim devemos ter em conta a resistência, capacidade condicional que nos permite a realização de trabalho, durante o maior espaço de tempo possível. Dela depende em muito o sucesso da actividade física.
Durante a actividade de exploração, devemos ser capazes de recorrer ao uso da força, velocidade e resistência e flexibilidade, optimizando cada gesto, para que a nossa energia seja dispendida apenas na quantidade necessária, de modo a conservar algumas reservas, pois tal como numa viagem de carro se apenas dispusermos de combustível para a viagem de ida e volta, corremos o risco de num imprevisto ficar pelo caminho.
Daqui depreende-se não só a necessidade de repor reservas energéticas, mas também a necessidade de treino para a prática da espeleologia.
Quando nos deslocamos descontraidamente por uma cavidade ou realizamos esforços ligeiros, recorremos essencialmente à energia dispensada por via aeróbia, que funciona à base dos nossos lípidos, tendo estes reservas muito grandes e com as quais não temos de nos preocupar de sobremaneira. Já quando efectuamos esforços mais “potentes” e que requeiram mais energia e maior velocidade, dispomos de reservas menores para o fazer e consequentemente de menos tempo, durante o qual conseguimos realizar esse tipo de esforço, visto que os mecanismos anaeróbios (láctico e aláctico) recorrem aos glícidos disponíveis mais rapidamente, mas em menor quantidade.
De modo a optimizar todos estes processos, devemos em primeiro lugar estar preparados, sendo o treino mais indicado a exploração subterrânea, muitas horas de actividade, que é mais específica nas suas solicitações e nos ajuda a melhorar em termos técnicos. Em segundo lugar devemos repor, através de uma alimentação adequada, os níveis energéticos, ingerindo as quantidades próprias de glúcidos, lípidos e prótidos para o tipo de exigências a que somos sujeitos, não esquecendo nunca ingestão regular de água.
Desta forma ajudamos a prevenir a ocorrência de lesões, situações de hipotermia, hipoglicémia e desidratação.
Verificamos pois que a equação do acidente, nos ajuda a sintetizar e perceber, a necessidade da correcta preparação para a Espeleologia como actividade física, assim:
- T= C.A. (srf/tep)
T – Traumatismo Favorecedores: Prevenção:
C – Chance s – Susceptibilidade t – Treino
A – Ambiente r – Risco e – Experiência
f – Falhas pessoais p – Medidas de precaução
Por:
*Prof. Ricardo Moreira
Licenciado em Educação Física, UP
Conteúdos em: Click here
A Espeleologia é claramente uma actividade física e é sem grandes dificuldades que o afirmamos. Contudo existem fundamentos e características em que se baseia tal afirmação e nos ajudam a perceber da necessidade de uma preparação adequada para o desenrolar das explorações.
Assim podemos verificar que na Espeleologia existe:
- Uma solicitação específica de diferentes grupos musculares, por força das diferentes exigências da actividade espeleológica (técnicas de progressão, utilização de diversas ferramentas e materiais de apoio).
- Uma solicitação metabólica própria, fruto da resposta do nosso organismo às solicitações dos diferentes grupos musculares e das diferentes intensidades que aplicamos no desenrolar de uma visita a uma cavidade (dependendo directamente da duração da expedição, tipo de progressão e condições em que é realizada).
- Um meio muito característico onde se desenrolam as actividades e que dependendo das suas características nos condiciona toda a actividade, influenciando directamente os dois pontos anteriores.
Estes factores justificam por si só, uma atenção cuidada dos aspectos relacionados com a preparação física do espeleólogo para responder às exigências de determinada exploração.
Um espeleólogo deve ser capaz de corresponder às exigências específicas da sua actividade, possuindo um nível de desempenho técnico, físico e metabólico que lhe permitam regressar em segurança à superfície, diminuindo os riscos de acidente.
Assim devemos ter em conta a resistência, capacidade condicional que nos permite a realização de trabalho, durante o maior espaço de tempo possível. Dela depende em muito o sucesso da actividade física.
Durante a actividade de exploração, devemos ser capazes de recorrer ao uso da força, velocidade e resistência e flexibilidade, optimizando cada gesto, para que a nossa energia seja dispendida apenas na quantidade necessária, de modo a conservar algumas reservas, pois tal como numa viagem de carro se apenas dispusermos de combustível para a viagem de ida e volta, corremos o risco de num imprevisto ficar pelo caminho.
Daqui depreende-se não só a necessidade de repor reservas energéticas, mas também a necessidade de treino para a prática da espeleologia.
Quando nos deslocamos descontraidamente por uma cavidade ou realizamos esforços ligeiros, recorremos essencialmente à energia dispensada por via aeróbia, que funciona à base dos nossos lípidos, tendo estes reservas muito grandes e com as quais não temos de nos preocupar de sobremaneira. Já quando efectuamos esforços mais “potentes” e que requeiram mais energia e maior velocidade, dispomos de reservas menores para o fazer e consequentemente de menos tempo, durante o qual conseguimos realizar esse tipo de esforço, visto que os mecanismos anaeróbios (láctico e aláctico) recorrem aos glícidos disponíveis mais rapidamente, mas em menor quantidade.
De modo a optimizar todos estes processos, devemos em primeiro lugar estar preparados, sendo o treino mais indicado a exploração subterrânea, muitas horas de actividade, que é mais específica nas suas solicitações e nos ajuda a melhorar em termos técnicos. Em segundo lugar devemos repor, através de uma alimentação adequada, os níveis energéticos, ingerindo as quantidades próprias de glúcidos, lípidos e prótidos para o tipo de exigências a que somos sujeitos, não esquecendo nunca ingestão regular de água.
Desta forma ajudamos a prevenir a ocorrência de lesões, situações de hipotermia, hipoglicémia e desidratação.
Verificamos pois que a equação do acidente, nos ajuda a sintetizar e perceber, a necessidade da correcta preparação para a Espeleologia como actividade física, assim:
- T= C.A. (srf/tep)
T – Traumatismo Favorecedores: Prevenção:
C – Chance s – Susceptibilidade t – Treino
A – Ambiente r – Risco e – Experiência
f – Falhas pessoais p – Medidas de precaução
Por:
*Prof. Ricardo Moreira
Licenciado em Educação Física, UP
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